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Universidades e empresas precisam unir forças para impulsionar a inovação nacional

  • 26/06/2025
  • 13:42
  • Notícias

Especialista aponta que formar lideranças capacitadas e criar parcerias colaborativas são passos fundamentais para elevar o Brasil além do 50º lugar no ranking global de inovação

Por Nayara Campos

 

O Brasil ocupa a 50ª posição entre 133 países no Índice Global de Inovação (GII) 2024, sendo a nação mais bem colocada da América Latina. No entanto, o relatório, desenvolvido pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI/WIPO), mostra que o país ainda enfrenta entraves estruturais que dificultam a transformação da produção científica em soluções aplicadas para a sociedade.

Segundo dados do levantamento, a fragilidade institucional (103º) com instabilidades no ambiente de negócios figura como o principal gargalo que impede o avanço do Brasil no cenário da inovação global. Diante do cenário, o fomento ao investimento privado em pesquisa, o desenvolvimento de talentos e a infraestrutura para pesquisa e desenvolvimento (P&D) local, além da melhora no ambiente de negócios como um todo, podem gerar condições mais consistentes e favoráveis à inovação.

De acordo com o ranking da OMPI/WIPO, apesar do desempenho acima da média para o seu nível de desenvolvimento, o Brasil tem baixo aproveitamento desse potencial e ainda esbarra em um problema antigo: a distância entre o conhecimento gerado nas universidades e a capacidade de conversão desse saber em inovação tecnológica de impacto. Para Henry Suzuki, especialista em propriedade intelectual e diretor-geral da Axonal Consultoria Tecnológica, dentre as ações centrais para superar esses desafios estão o fortalecimento da cultura de propriedade intelectual e a consolidação de parcerias estratégicas entre academia e setor empresarial.

Suzuki destaca que grande parte das universidades brasileiras ainda carece de uma abordagem estruturada para gerir o conhecimento gerado internamente. Segundo o especialista, o problema começa na formação das lideranças, que muitas vezes não compreendem a importância da propriedade intelectual e, por isso, não conseguem promovê-la de forma eficaz dentro das instituições. “Se as lideranças não dominam o tema, como esperar que os pesquisadores e estudantes tenham esse conhecimento?”, questiona. O impacto se estende para além dos muros acadêmicos, afetando diretamente o mercado, que deixa de receber profissionais com formação estratégica para atuar em ambientes inovadores.

Da transferência à construção conjunta

Embora as universidades historicamente sejam reconhecidas como polos geradores de conhecimento, Suzuki observa que, na prática, muitas das inovações que impactam diretamente o cotidiano da população têm origem no setor empresarial. Empresas como IBM, Google e outras grandes corporações lideram áreas tecnológicas de ponta, como a computação quântica e a inteligência artificial. Isso não significa que a academia perdeu seu protagonismo, mas evidencia a necessidade de atualização dos modelos de colaboração.

Para o especialista, a ideia tradicional de “transferência de tecnologia” da universidade para a empresa está ultrapassada. O modelo mais eficaz, segundo ele, é o de construção conjunta: “As parcerias mais produtivas são aquelas em que universidade e empresa compartilham conhecimento e demandas, colaborando ativamente desde a concepção até a aplicação das tecnologias”, afirma o profissional.

Esse alinhamento, no entanto, exige preparo. Suzuki aconselha que pesquisadores mapeiem as empresas do entorno, analisem seus relatórios e explorem bancos de patentes — fontes valiosas para compreender o que está sendo desenvolvido, onde estão as oportunidades de colaboração e quais problemas reais precisam de soluções.

 

Capacitação e estratégia para transformar ciência em impacto

Outro gargalo apontado por Suzuki é o baixo nível de conhecimento sobre propriedade intelectual dentro das universidades. Ele relata que dúvidas básicas, como a confusão entre patente e registro de marca, ainda são comuns mesmo entre acadêmicos experientes. “Marca se registra; patente protege invenção. São conceitos diferentes e não entender isso compromete toda a estratégia de inovação”, destaca.

Nesse sentido, a capacitação contínua de gestores e pesquisadores é fundamental não apenas para a proteção eficaz de invenções, mas para a definição de estratégias que de fato levem a inovação ao mercado. Suzuki cita como exemplo positivo o programa ProfNIT (Mestrado Profissional em Rede em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação), coordenado pela Fundação de Formação Tecnológica (FORTEC), que tem promovido a formação de lideranças acadêmicas em PI e contribuído para a consolidação de núcleos de inovação tecnológica (NITs) mais preparados.

Olhar estratégico e trabalho em rede

Para Suzuki, a chave para uma universidade mais inovadora passa, em primeiro lugar, pela capacitação das lideranças. “Vamos perder menos tempo com o aspecto formal para poder focar mais no porquê das coisas”, diz. O especialista alerta ser necessário ter humildade para reconhecer que muitos dos conhecimentos essenciais hoje — como gestão da PI, uso de IA e construção de redes de colaboração — surgiram depois que parte dos atuais gestores universitários se formaram. “Precisamos reaprender muita coisa”, endossa.

O profissional também reforça que nenhuma instituição ou gestor dominará todos os temas necessários e, por isso, é essencial construir redes. Estar conectado com quem sabe, compartilhar experiências e buscar complementaridades são estratégias indispensáveis para fortalecer o ecossistema de inovação no país. Com uma gestão mais estratégica da propriedade intelectual, uma atuação colaborativa com o setor empresarial e o uso inteligente de novas tecnologias, o Brasil tem potencial não apenas para manter sua posição de destaque na América Latina, mas para subir degraus importantes no cenário global da inovação.

Confira o episódio completo no Youtube.

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