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Sem cultura de inovação, a produção científica seguirá distante do mercado

  • 15/07/2025
  • 09:00
  • Notícias

Falta de cultura de inovação e distanciamento do setor empresarial são apontados por especialista como entraves para que inovações acadêmicas gerem impacto social

Por Nayara Campos

No ranking de depositantes de ativos de propriedade industrial, divulgado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), 34 entidades de ensino e pesquisa se destacaram entre os 50 maiores depositantes residentes de 2024 (com um total de 1.408 depósitos realizados), o que representa quase 70% do Top 50. No entanto, apesar do avanço das pesquisas científicas no Brasil, o descompasso entre o que se produz academicamente e as estratégias necessárias para transformar conhecimento em inovação com valor para a sociedade figuram entre os entraves que dificultam um impacto social maior.

Para Newton Frateschi, professor titular do Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp e vice-presidente do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de Campinas, a raiz do problema está na tendência histórica da academia priorizar a produção científica voltada para publicações, em detrimento da aplicação prática. “O pesquisador está imerso em sua pesquisa, focado em publicação, e isso é legítimo. Mas, muitas vezes, não se dá conta de que ali pode haver uma solução relevante para a sociedade”, explica Frateschi.

A transformação desse cenário exige uma mudança de mentalidade, dentro e fora dos laboratórios. Segundo o professor, é preciso fomentar uma cultura de inovação que valorize o impacto socioeconômico das pesquisas e isso começa por iniciativas simples, como a promoção de eventos que conectem estudantes, professores, agências de inovação e o setor empresarial. Para Frateschi, a universidade não pode ser uma ilha, “a interlocução entre o que está dentro e fora da academia precisa ser constante. Inovação é uma linguagem que se aprende na prática e quanto mais interação houver, maiores as chances de surgirem ideias com potencial de aplicação”.

 

Patentes não bastam, é preciso pensar como negócio

Outro ponto essencial para a criação de inovações que cheguem ao mercado é a forma como se encara a propriedade intelectual. Muitos pesquisadores ainda associam o depósito de uma patente à simples validação acadêmica, como se fosse mais um artigo publicado. Mas patentear uma invenção, por si só, não garante que ela será útil ou desejada fora dos muros universitários.

“Depositar uma patente é como comprar um terreno: você precisa saber que tipo de casa pretende construir ali. Sem um modelo de negócio claro, ela vira só um custo”, alerta Frateschi. Para o professor, o pesquisador precisa se perguntar desde cedo: que problema essa tecnologia resolve? Para quem? Em que contexto ela pode ser aplicada? Pensar assim pode, inclusive, ajudar a fazer uma pesquisa mais estruturada e relevante.

A aproximação entre a universidade e o mercado é, portanto, apontada por Frateschi como um dos caminhos mais promissores para que o conhecimento acadêmico gere inovação real. E essa aproximação começa com a valorização de agências de inovação que sejam mais do que núcleos burocráticos dentro das instituições. “As agências não podem ser vistas como uma pedra no sapato, mas como parceiras estratégicas. Quando promovem encontros, estimulam trocas e criam um ambiente favorável à colaboração, cumprem seu papel com excelência”, afirma.

 

Formação com impacto além da academia

Pensar em inovação também é repensar o papel da formação universitária. Frateschi lembra que a maioria dos alunos de pós-graduação não seguirá carreira acadêmica e que fomentar o empreendedorismo entre esses estudantes pode abrir caminhos antes inimagináveis. “A pesquisa universitária forma cientistas, mas também pode formar empreendedores, gestores e criadores de soluções concretas. Quando estimulamos esse olhar nos alunos, ampliamos as possibilidades de impacto social.”

Esse olhar para fora, segundo o professor, também pode beneficiar a própria pesquisa. Participar de eventos de inovação, por exemplo, pode ajudar o pesquisador a refinar seus objetivos, comunicar melhor sua descoberta e até enxergar novas perguntas a serem investigadas. “Às vezes, o pesquisador está tão focado em sua pesquisa que não quer nem ouvir uma palestra sobre outra abordagem possível. Mas é nesse cruzamento que surgem as ideias novas, inclusive as acadêmicas”, diz Frateschi.

Mais do que patentes ou startups, o que está em jogo é o papel da universidade como agente de transformação social. E para isso, é preciso sair da zona de conforto, ampliar os horizontes e entender que inovar também faz parte da missão acadêmica.

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