Os núcleos de inovação tecnológica fazem a gestão da propriedade intelectual das universidades e tratam do licenciamento de tecnologias promovendo, a conexão da academia com o mercado.
Inovação é uma palavra usada para descrever algo que é novo (seja um produto ou serviço) que esteja disponível para usufruto da sociedade. Ou seja, só é considerado uma inovação quando a ideia ou o projeto se concretiza em uma solução para a sociedade, resolvendo um problema real. Por esse motivo, países que lideram em inovação são consagrados com maior desenvolvimento econômico. Nesse contexto, considerando o potencial da academia de transformar conhecimento em invenções com potencial de impacto social e tecnológico, a Lei de Inovação de 2004 trouxe a obrigatoriedade para que as Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTs),(que incluem as universidades) tivessem um Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) como órgão responsável pela gestão de sua política de inovação.
O papel dos NITs está diretamente vinculado à propagação dos resultados da pesquisa científica, bem como à proteção de tecnologias por meio de propriedade intelectual e à transferência desse conhecimento para os setores interessados em promover a inovação. Isso significa que os NITs são os responsáveis por gerenciar o portfólio de propriedade intelectual das universidades, assim como promover a cultura da inovação e do empreendedorismo, visando o fomento e o apoio à inovação, por meio da criação de empreendimentos ou da parceria com empresas.
Na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) o NIT é a AGI, Agência PUC-Rio de Inovação, um órgão que se conecta com os outros atores de inovação da Universidade, tais como a Vice-Reitoria para assuntos de desenvolvimento e inovação e o Parque da Gávea, para pavimentar a relação da universidade com o setor empresarial com foco em gerar inovação de impacto.
“Os pesquisadores detêm o conhecimento técnico e científico para pensar as soluções práticas e reais para melhorar cenários da sociedade, mas para tornar essa invenção viável e/ou comercializável nós temos que incentivar e promover a conexão com empresas capazes de produzir esses produtos e serviços, ou então fomentar a criação de empreendimentos acadêmicos, as spin-offs”, explica o coordenador executivo da Agência PUC-Rio de Inovação (AGI/PUC-Rio), Bruno Feijó.
Outro desafio ao qual a AGI está dedicada neste momento é a Política de Inovação da PUC-Rio.
“A PUC-Rio tradicionalmente se vincula ao setor empresarial em grandes projetos. Para potencializar ainda mais esta característica, nós temos como objetivo, em 2024, articular a política interna de maneira a tornar estes processos bem delineados e com responsabilidades bem estabelecidas, dando segurança e beneficiando não somente os docentes envolvidos nestes projetos, mas também a população que irá ser impactada”, afirma Feijó.
A importância das universidades no fomento à inovação é corroborada pelo ranking dos principais depositantes de patentes do Brasil. No Ranking divulgado pelo INPI em 2021, entre os 15 principais depositantes, há 13 universidades e somente uma empresa, a Petrobrás. A PUC-Rio está entre as 15 principais universidades depositantes, ocupando a 14a posição.
A partir desse dado, nota-se que a PUC-Rio tem buscado se alinhar a um cenário nacional pujante neste setor. Este posicionamento que a PUC-Rio e outras universidades têm tido, reverbera, também, na última pesquisa divulgada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (o Relatório FORMICT), a qual demonstra que, até 2017, 226 NITs tinham sido implementados no Brasil, com responsabilidades em relação à proteção de propriedade intelectual por meio do registro de patentes e transferência destas tecnologias para o mercado.